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Qual a diferença entre GPS, A-GPS e GLONASS?



Fonte: Tecnoblog
Data da Publicação: 9 de outubro de 2020


Quase todos os dispositivos móveis que utilizamos possuem um sistema de posicionamento global, em que o mais popular é o norte-americano GPS. No entanto, existem outros tipos dessa tecnologia essencial de localização, e muitas vezes mais de uma equipam nossos smartphones. Destacam-se a A-GPS, muito usada no dia a dia e o GLONASS, o sistema russo. Mas, você sabe dizer o que cada um deles é capaz de fazer?

O que é e como surgiu o GPS?

O GPS (Global Positioning System, ou Sistema de Posicionamento Global) é o primeiro sistema do tipo, cujos trabalhos foram iniciados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos em 1973. Desenvolvido no início para uso exclusivo em aplicações militares, sua utilização por civis foi permitida ainda nos anos 1980, ainda que em uma versão menos precisa por razões estratégicas.

 

Em 1995, ele estendeu a cobertura para todo o planeta e hoje utiliza 31 satélites, com os quais a plataforma fornece serviços de posicionamento, horário e navegação. Para funcionar, um dispositivo compatível (como um navegador automotivo) deve estar dentro do alcance de pelo menos quatro satélites, para que ele possa determinar sua posição na Terra, ajustar a hora corretamente e fornecer dados ao usuário.

Ainda que seja um sistema bastante eficiente, em algumas ocasiões nem sempre os dados de satélites serão acessíveis facilmente e para que seu smartphone possa te indicar a direção certa, entra em cena o A-GPS.

 

O que é A-GPS?

O A-GPS (de Assisted GPS, ou GPS Assistido) é um sistema voltado a melhorar a precisão dos dados do GPS, utilizando para isso a rede de telefonia móvel terrestre e por isso mesmo, está presente em quase todos os smartphones do mercado.

Em regiões urbanas o sinal tende a ser bloqueado por edifícios e outras construções, e condições climáticas mais severas também representam empecilhos à comunicação (quem possui TV via satélite sabe muito bem disso).

A solução do A-GPS é utilizar até quatro antenas de telefonia para atualizar os dados de posição de modo a agilizar a triangulação do sinal, diminuindo o tempo de comunicação entre os satélites e oferecendo informações adicionais como a previsão do tempo, diretamente pelo pacote de dados.

 

Em situações ideais, como em regiões abertas, o GPS possui maior precisão e representa um custo zero por não consumir dados para entregar as informações (tanto que os dispositivos mais antigos, voltados para veículos atualizam seus dados sem a necessidade de uma rede móvel), mas em alguns casos o A-GPS é uma mão na roda.

E quanto ao GLONASS?

O GLONASS (Sistema de Navegação Global via Satélite em russo) é o equivalente russo do GPS, desenvolvido pela extinta União Soviética. Seus trabalhos foram iniciados em  1976 e os primeiros satélites lançados em 1982, mas ele só entrou em operação em 1993 e cobriu o território russo apenas em 2010. Em 2011, seus 24 satélites habilitaram a cobertura global.

O GLONASS foi uma óbvia resposta à desenvolvimento do GPS pelos Estados Unidos, visto que na época a Guerra Fria ainda estava rolando; assim como seu rival, a tecnologia de posicionamento via satélite foi voltada para uso exclusivamente militar, mas com o tempo foi liberada para dispositivos civis.

Na época da guerra, era estratégico para os soviéticos contarem com um sistema próprio, mas hoje, é preferível ter mais de um sistema disponível para uso de todos na possibilidade remota do GPS deixar de funcionar. Tanto que dispositivos móveis hoje são compatíveis com ambos sistemas, além de outros.

Existem outros sistemas além do GPS, A-GPS e GLONASS?

Sim. Como a responsabilidade sobre o GPS é dos Estados Unidos, ainda que seu uso hoje seja livre, o acesso às tecnologias podem se tornar restritas ou modificações profundas podem vir a serem feitas em todo o sistema, bastando para isso uma mera mudança de vento no governo norte-americano.

Assim como a União Soviética, outros países e blocos econômicos decidiram que tal cenário é inaceitável, e começaram a desenvolver por conta própria outros sistemas tanto para atenderem às suas necessidades, quanto como uma alternativa ao GPS.

A China deu início a criação de seu próprio sistema, chamado BeiDou (também conhecido como BDS) em 2000, com as operações tendo início em 2011. Com 23 satélites operacionais, ele está no momento em sua segunda geração e oferece serviços de geolocalização para a China e região da Ásia e Oceano Pacífico, tanto no âmbito civil e comercial quanto militar. A previsão é que até 2020, a terceira geração do sistema deverá entrar em operação com 35 satélites, com cobertura global.

A União Europeia também possui seu sistema próprio, chamado Galileo (Figaro – Magnifico!). Tendo entrado em operação em 2005, ele hoje cobre o mundo todo e consiste de 24 satélites, tendo sido desde o início planejado como uma solução para usos exclusivamente civil e comercial, diferente de todas as outras.

O bloco defende que o GPS, o GLONASS e o BDS, por serem sistemas primariamente militares podem revogar o acesso por cidadãos e empresas a qualquer momento; assim, seu sistema serviria como uma solução para os cidadãos europeus e mais: por ter sido desenvolvido com um fim único, sua qualidade de sinal é sempre a máxima, diferente do GPS que possui um modo de baixa fidelidade (embora não seja utilizado).

Tal posicionamento inclusive levou a atritos entre a União Europeia e os EUA, com o governo no passado defendendo a ideia de derrubar os satélites europeus em um cenário de guerra, para evitar que os mesmos viessem a ser hackeados por inimigos.

A Índia e o Japão também possuem seus sistemas próprios, mas regionais: o primeiro possui o NAVIC, que possui sete satélites e provê serviços de posicionamento e hora certa para os indianos, cobrindo uma área de 1.500 Km ao redor do país (há planos para uma expansão); já o japonês QZSS não é independente e sim um acessório ao GPS para a região da Ásia e Oceania, com foco no Japão; conta com quatro satélites e é voltado a prover um sistema mais preciso em posicionamento e hora para a região, para plataformas já compatíveis.